quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Plantão: vamos aproveitar este horário?

Pessoal,

Vamos aproveitar os horários dos plantões. Estou na Faculdade às segundas feiras - 17h às 19h, nas quartas-feiras de 17h às 19h e nas quintas-feiras de 18h às 20h.  Estou sempre no Bloco A, 2o. Andar, Sala 219. Se quiserem podem agendar pelo email - maurilane@hotmail.com.

Um bom feriado.

Atividade de análise de site

Pessoal,

conforme combinamos, vocês devem escolher um dos sites listados abaixo e fazer um análise do mesmo seguindo o roteiro.

a) http://www.eadunicid.com.br/

b) http://www.umpostalparaumamigo.blogspot.com.br/

c) http://www.crmariocovas.sp.gov.br/

d) http://www.educarparamudar.com.br/

e) http://www.museudapessoa.net/

f) http://www.angela.lago.com.br/

g) http://www.aconteceporaqui.portalgens.com.br/

h) http://fazervaleralei.blogspot.com/

i) http://www.edicoestoro.net/

j) http://www.ipeafro.org.br/home/linha-do-tempo

Roteiro de análise dos sites

1) Caracterização geral do site:
a) Que instituição ou empresa é responsável pelo site?
b) Do que se trata o site?
c) O que ele oferece? (produtos, serviços, entretenimento)

2) Design
a) O design é atrativo? E eficiente?
b) As técnicas utilizadas com a finalidade de dar foco aos conteúdos figuram de forma equilibrada e harmoniosa?
c) O design é coerente com a identidade, objetivos e missão que a empresa e ou instituição quer demonstrar?

3) Conteúdo
a) Quão relevante é o conteúdo do site?
b) Como você avalia a forma como o conteúdo é disponibilizado?
c) Ele é completo e suficiente para que possa repassar toda a informação necessária?

4) Funcionalidade
a) O website está compatível com os objetivos para os quais foram definidos?

5) Navegabilidade
a) A navegação do site é simples e intuitiva para o usuário?

6) Velocidade
a) Quanto tempo leva para o carregamento do site em diferentes velocidades e tipos de conexão?

7) Usabilidade
a) O site analisado é fácil de usar?

8) Acessibilidade
a) O website é acessível, especialmente para o perfil do seu público alvo? É importante destacar que acessibilidade é a capacidade de acesso por pessoas com diferentes condições físicas, de cognição ou mesmo com utilização de diferentes tecnologias e dispositivos. Por isso, é fundamental analisar o perfil do seu público alvo, o que esse público precisa para garantir o acesso e monitorar se essas necessidades estão contempladas no site analisado.

Educação dirigida pelas próprias crianças

Aqui está o link para a palestra de Sugata Mitra, pesquisador educacional indiano que sugere ser a educação possível desde que haja interesse, podendo ser inclusive um processo autodidata, desde que compartilhado coletivamente.

Para nossa sorte, já há legenda disponível em português brasileiro.

Vejam, se impressionem e comentem.

http://www.ted.com/talks/sugata_mitra_the_child_driven_education.html?utm_source=newsletter_weekly_2010-09-14&utm_campaign=newsletter_weekly&utm_medium=email

Acabei também encontrando outra fala de Dr. Mitra. Realizada em 2007, tem um tom mais acadêmico e mais sistemático também, com legenda em português disponível.

http://www.ted.com/talks/sugata_mitra_shows_how_kids_teach_themselves.html

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Educação versus violência

Educação versus violência

Especialistas apontam importância da educação no combate à violência
Publicado em 27/04/2007 - 05:01
Uma análise sócio-econômica do País nas últimas três décadas deixa evidente que a sociedade brasileira mudou de cara. Caiu a ditadura, a população foi às urnas, instituiu-se um regime democrático, cresceu a participação das mulheres no mercado de trabalho, de jovens nas universidades, a presença do Brasil  no cenário internacional tornou-se mais concreta. Isso tudo veio acompanhado de problemas que já existiam, mas que ficaram exacerbados: o crescimento das desigualdades sociais, de uma abissal divisão de renda, do fortalecimento do crime organizado, da criação de uma legião de excluídos sociais nas principais cidades brasileiras. O resultado é que a violência aumentou em nossa sociedade e as estatísticas crescentes de furtos, homicídios, sequestros e outros crimes mais ou menos hediondos, envolvendo indivíduos de todas as classes sociais, estão aí para comprovar.
Fica a questão: a educação pode ser remédio contra a escalada da violência e da criminalidade? A resposta dos especialistas entrevistados pelo Universia é clara. Sim, é possível, desde que haja uma transformação na linha pedagógica e no próprio processo de ensino, e que a própria educação seja utilizada não apenas como uma forma unilateral de se transmitir conhecimento, mas de formar cidadãos. Conforme os entrevistados, dar às crianças e jovens acesso contínuo à educação é um dos fatores que diminuem as estatísticas de criminalidade e reduzem a incidência (ou reincidência) de casos de violência de qualquer espécie.
Mas frisam também que ela, sozinha, não pode resolver todos os problemas. "A educação é fundamental na melhora da qualidade de vida de um indivíduo, mas não pode ser considerada um elemento redentor. Existe uma percepção errada em nossa sociedade de que, quando todo o resto falha, a escola tem de resolver. A maioria dos casos de violência dentro das escolas reflete apenas um problema trazido de fora", opinou o pesquisador do Crisp/UFMG (Centro de Estudos de Criminalidade da Universidade Federal de Minas Gerais), Robson Sávio Reis Souza. Apesar de soar como afirmação óbvia, o pesquisador - que também ministra aulas de políticas públicas de educação na PUC/MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais) -, frisa: "várias pesquisas apontam para coincidências entre indivíduos vulneráveis sócio e economicamente e a violência. Existe um senso comum de que pobre é violento, e isso se exacerba sobretudo com quem tem problemas de moradia, saneamento básico e educação", conta.
O psicólogo e pesquisador do Núcleo de Estudos de Violência da USP (Universidade de São Paulo), Renato Alves, concorda e vai além: "A violência está disseminada na sociedade, já é cotidiana. A escola é apenas mais um cenário. A educação, para atuar como elemento de correção, precisa estar encaixada dentro de políticas públicas estruturadas, que envolvam o acesso das pessoas à saúde, ao trabalho, à cultura, ao esporte. A educação, sozinha, não dá conta da violência", diz. Com pesquisas de campo em colégios da periferia das zonas Leste e Sul da cidade de São Paulo, com destaque para o Jardim Ângela, o pesquisador da USP revelou que, em conversas com gestores, docentes e alunos, duas constatações sempre eram tiradas: ou a escola era violenta demais ou não existia nenhum indício de violência no local, apenas eventos esporádicos. À conclusão de Alves segue uma terceira via: a escola nada mais é do que o reflexo da própria comunidade onde está instalada.
Na companhia de dois colegas do Núcleo -  criado em 1987 pela instituição de ensino -, ele se prepara para lançar, no próximo dia 8 de maio, o livro "Violência na Escola". "Elaboramos a obra pensando justamente em estratégias de como a educação pode conter a violência", explicou Alves. Ficamos, assim, diante de um paradoxo: se a escola é um reflexo de uma sociedade violenta e, sozinha, não tem muito como contribuir, como justificar a idéia de que a educação pode funcionar como um antídoto para isso? Para Renato Alves, da USP, é simples: "a escola, por si só, é um espaço conflitivo, de troca de experiências e culturas. Mas, também, tem de ser entendido como um espaço de socialização, e seu papel é ensinar às crianças a respeitar essas diferenças, o espaço dos outros, o que passa pela mudança nas linhas pedagógicas adotadas atualmente", conclui.
O especialista entende que o erro da maioria das instituições de ensinos é se omitir diante de pequenos conflitos, como brigas no recreio, "naturalizando" essas situações. "Está errado. O papel da escola é, desde cedo, transmitir valores, noções de cidadania e deveres para todos. É o que lá na frente chamamos de exercício da democracia e ninguém entende. E isso passa, inclusive, pela relação professor-aluno, que é muito ruim. Em uma situação em que a qualidade dos professores e alunos não é boa, o ensino é precário e os estudantes não são ouvidos, a realidade de fora da escola se reflete lá dentro", conta.
Os reflexos existem. Pesquisa divulgada nesta semana pelo Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) feita com 684 docentes, no fim do ano passado, revela que 87% afirmaram conhecer algum caso de violência dentro de unidades escolares. Cerca de 76% dos entrevistados disseram acreditar que a principal causa dos problemas de violência residem nos conflitos entre os próprios alunos. Outros dados alarmantes referem-se ao fato de 70% dos docentes afirmarem saber sobre casos de tráfico de drogas dentro da escola e outros 74% disserem conhecer professores que já sofreram ameaças de agressão física ou até mesmo de morte.
O sociólogo Lúcio Castelo Branco, da UnB (Universidade de Brasília), lembra que a escalada da violência é resultado, também, da própria mudança de estrutura das famílias brasileiras nas últimas décadas. "A família brasileira, hoje, é um problema gravíssimo, já que um quinto delas é chefiada por mulheres. Como fazer com que elas trabalhem, cuidem da casa e eduquem os filhos?", questiona. O professor, assim, reitera a opinião da importância da escola. "Mas tem-se não apenas de se preocupar com a educação, que é a internalização de hábitos, regras e costumes que tornam o sujeito controlado, equilibrado. É preciso oferecer instrução básica às crianças, que viria de uma perspectiva pedagógica mais criativa. Pressupõe-se, com isso, a criação de uma política nacional de superação da impunidade", comenta.

Apresentações das aulas históricas online

As apresentações em .ppt utilizadas pela professora Maurilane estão disponíveis para download nos seguintes links:

4shared

O lugar da escola na sociedade. Clique aqui!

Professor Sujeito Social. Clique aqui!

Google Docs

O lugar da escola na sociedade. Clique aqui!

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É só baixar... e se utilizarem, não esqueçam de citar a fonte.

bons estudos.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O desafio de ser professor no Brasil

O desafio de ser professor no Brasil

15 de outubro de 2009
A celebração do Dia dos Professores propicia a reflexão sobre a profissão. O que é ser professor hoje no Brasil? Qual o perfil dos professores em exercício no País hoje? O que os motivou a optar pela carreira? Quais desafios enfrentam na sua prática diária?
Estudo lançado pela Unesco no dia 6 de outubro durante a Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped), em Caxambu (MG), buscou respostas para essas e outras questões. Intitulada “Professores do Brasil: Impasses e Desafios“, a pesquisa foi coordenada por Bernardete Gatti.
Um dos dados que mais chamam a atenção diz respeito ao mercado de trabalho para quem segue a carreira. Os cargos para essa função representam o 3º grande grupo de emprego no Brasil. As vagas para área de ensino só são superadas pelas de auxiliar administrativo e as do setor de serviços, onde não se exige formação superior. “A área da construção civil – tão falada como a grande geradora de emprego – sequer aparece entre as primeiras posições”, observa a pesquisadora.
A ampla possibilidade de inserção no mercado de trabalho, combinada à baixa atratividade da remuneração oferecida a esses profissionais, constituem um dos fatores que determinam o perfil de quem opta pela carreira.
“Especialmente os alunos advindos de classes de menor renda optam por fazer um curso de formação de professores, porque é onde eles vêem a oportunidade de emprego. Mas nem sempre com a vocação de ser professor”, acredita.
A maioria dos docentes pertencem às classes D e E, alguns da classe C, e cujos pais cursaram apenas até a 4ª série. Se por um lado o dado aponta o reduzido nível cultural com que chegam à universidade, reforçando a importância da formação inicial, por outro, revela o potencial e a disposição que apresentam: “São classes que estão buscando uma ascensão social via carreira de professor”, analisa Bernardete.
Tal perfil coincide em grande parte com o estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas Educacionais do MEC (Inep) que procurou elencar as características dos potenciais candidatos ao magistério a partir de questionário que acompanha o Enem.
Os números confirmam, em primeiro lugar, a reduzida atratividade da carreira: apenas 5,2% dos jovens que realizaram o exame em 2007 responderam que gostariam de ser professores da educação básica. A análise concluiu também que o indivíduo com maior probabilidade de se tornar professor foi aluno de escola pública e tem renda familiar de até dois salários mínimos. O desempenho na prova dos que optaram pela carreira também revela o nível dos candidatos: aqueles com piores notas têm quase três vezes mais chance de ser professor do que aqueles com as melhores notas.
O estudo conclui: “Existem evidências de que a carreira do magistério não está conseguindo atrair os melhores candidatos, o que leva à reflexão de que é pouco provável que o país esteja selecionando os professores entre os melhores alunos”.
De acordo com relatório divulgado pela consultoria McKinsey & Company, em 2007, todos os dez países com as melhores notas no Pisa selecionam os professores dentre os 30% melhores graduandos.
Motivações
Uma outra informação interessante sobre o perfil dos professores no País diz respeito às motivações dos que optam pela carreira. Aproximadamente 50% afirmam que escolheram a docência porque gostam da profissão e querem ser professores.
É caso de Indira Castellanos, graduanda de Pedagogia da Universidade de São Paulo. “Desde o magistério eu já sabia que queria continuar na área da educação, só não sabia em qual modalidade”. Em vias de se formar, a estudante já fez algumas opções dentro da carreira, como a de atuar na rede pública, movida por crenças pessoais.
“Eu desfiz aquela idéia da educação como uma mercadoria. É um serviço, mas um serviço público, como saúde, transporte, que não deve ser pago pela população”, pensa.
Indira trabalhou na rede privada ainda durante o magistério, o que a orientou na sua escolha. “Eu percebi que não era o meu ideal. Nas escolas particulares, tem aquela idéia de “o dono que manda”, não há um uma gestão democrática, nem a mesma diversidade que você encontra na escola pública. Então, eu percebi que não era o meu projeto de vida continuar na escola particular”, relata.
Porém, a opção por vocação não representa a totalidade dos casos. Segundo a pesquisa da Unesco, os outros 50% dão outras razões, como ter um emprego imediato e a ausência de outros cursos na região em que mora. 6% dizem que não gostam.
Para Bernardete, a maneira como as licenciaturas estão estruturadas transforma a carreira em um “plano B” para quem não consegue emprego na área em que se formou, além de não os habilitar para o trabalho em sala de aula. “As disciplinas e licenciaturas específicas (Matemática, Ciências…) não dão uma formação pedagógica. Elas dedicam praticamente só 10% do currículo para as disciplinas pedagógicas. Então, esse licenciando sai absolutamente despreparado para enfrentar uma sala de aula. Ele tem uma formação do conhecimento da área, mas não uma formação para ser professor”, considera.
A pesquisadora também critica os cursos para formação inicial. “Os cursos de Pedagogia não se adaptaram ainda para essa formação. É muito difícil ter pessoas que entendam de práticas de ensino, de alfabetização, de iniciação à matemática… As universidades não estão gabaritadas para isso. A Escola Normal [o magistério] cumpria bem essa função”, explica.
“Precisaríamos de uma faculdade de Educação para formar os professores. E dentro da faculdade de Educação ter as diferenciações. Isso implicaria em uma reformulação estrutural da Pedagogia e das licenciaturas, o que eu acho muito difícil hoje”, lamenta Bernardete.
Teoria e Prática
As deficiências dos currículos dos cursos de Pedagogia – já atestadas em outro estudo da pesquisadora – estão centradas na ênfase na teoria, em detrimento da abordagem de aspectos da prática em sala de aula. “São abstrações que não chegam a iluminar a realidade. Tem que haver um equilíbrio. Porque a prática pela prática é muito limitada. É preciso conhecer ideias que guiem a sua ação. Se o professor não tem formas de pensar educação e ensino, as práticas se tornam mecânicas”.
Uma atividade importante para a aplicação da teoria são os estágios obrigatórios. No entanto, na maneira como estão estruturados hoje – sem controle, desprovidos de um projeto – pouco contribuem para formação dos professores. Indira, que foi representante discente na comissão de estágios na universidade, confirma essa situação: “Os estágios ficam à revelia dos professores. Alguns orientam, coordenam, acompanham, exigem. Mas existem algumas disciplinas nas quais o professor troca o estágio pela entrega de um trabalho. Não há uma diretriz para os estágios”, conta.
A estudante – que atua como professora de educação infantil da rede municipal há um ano e meio – reitera a importância da vivência da experiência de trabalho concomitante aos estudos para sua formação: “Fez muita diferença pra mim na minha evolução profissional”, afirma. “Nunca tive a expectativa de que aprenderia na faculdade o que aprendo na prática. Mas sei que é importante ter um repertório teórico que eu possa consultar quando tiver algum problema na prática, no meu dia-a-dia”, pensa.
** Matéria publicada pelo CENPEC